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Dia Internacional da Mulher

Fátima Bezerra convida mulheres para um dia de luta e mobilização

A senadora Fátima Bezerra afirmou, nesta terça-feira (07), que o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, será ainda mais significativo este ano no Brasil. De acordo com a parlamentar, além das comemorações e homenagens às mulheres, será principalmente um dia de luta e mobilização contra as propostas do governo, como a reforma da previdência e trabalhista, que atacam os direitos dos cidadãos brasileiros e de forma mais enfática os direitos das mulheres brasileiras.

“O dia 8 de março vai entrar para a história como o dia do levante das mulheres, não só no Brasil, como em vários países. As mulheres vão dar uma lição de coragem por nenhum direito a menos, dizendo claramente ‘tirem as mãos dos nossos direitos’, dizendo claramente ‘não ousem, de maneira alguma, alterar os nossos direitos’. Viva a luta das mulheres! ”, disse. Fátima lembrou que, além das brasileiras, as mulheres de outros 40 países estão se manifestando pelo respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres, contra os retrocessos e por avanços que nos levem a um mundo mais justo.

A senadora informou ainda que em seu estado, o Rio Grande do Norte, serão realizados atos em Natal, Caicó e Mossoró. “Não tenho nenhuma dúvida de que as mulheres, em todo o Brasil, vão se manifestar não só contra a violência, não só contra as desigualdades em geral, mas, sobretudo, contra essa tragédia social que é a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo Governo ilegítimo”, afirmou.

TJRN e Governo do Estado lançam projeto medida protetiva eletrônica

Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o Tribunal de Justiça do RN e o Governo do Estado lançam na Câmara Criminal do TJRN o projeto “Medida Protetiva Eletrônica”. A iniciativa possibilita o envio eletrônico de denúncias pelas delegacias especializadas para os Juizados da Violência Doméstica, o que agiliza a concessão deste tipo de medida para as vítimas, afastando o agressor da esposa, namorada ou companheira. O evento começa às 15h, com a presença do presidente do TJRN, Expedito Ferreira e do governador do Estado, Robinson Faria.

O lançamento do projeto é um dos pontos altos, no Rio Grande do Norte, da sétima edição da Semana Nacional Justiça pela Paz em Casa, promovida pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CE-Mulher) do TJRN.

O projeto “Medida Protetiva Eletrônica” funciona de forma piloto na comarca de Parnamirim e será expandido por meio do convênio entre TJRN e Governo do Estado. Com o sistema eletrônico, a denúncia contra o agressor chegará mais rápido ao magistrado, que irá decidir sobre a questão.

UFRN promove ações para comemorar o Dia da Mulher

Por Marina Gadelha/Assessoria

Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos e morta a cada uma hora e meia no Brasil – o quinto país do mundo com a maior taxa de feminicídios, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Diante de uma realidade grave e do universo feminino que a compõe, com quase três mil servidoras e cerca de 13 mil alunas, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) levanta a discussão sobre o assunto e aborda a temática da diversidade no mês marcado pelo Dia da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 8 de março. Para tanto, serão promovidas ações no campus central, em Natal, e nos campi do interior.

Entre as iniciativas já confirmadas pelo programa Qualidade de Vida “Viver em Harmonia”, da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp), está o evento “Conversando sobre a violência contra a mulher: paradigmas e desafios”, que acontece no dia 8 de março, das 9h às 12h, no Auditório 2 do Núcleo de Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas II (Nepsa II) – próximo ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). A roda de conversa terá a participação da ex-secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Aparecida França, e da professora do Departamento de Antropologia da UFRN, Rozeli Maria Porto, além de outros docentes, técnico-administrativos, alunos e demais interessados.

Também aberto à comunidade será o Power Coaching para Mulheres, realizado no dia 10 de março, das 9h às 11h, no auditório térreo da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DDP) da UFRN. O evento será ministrado pela palestrante e treinadora comportamental Tereza Lisiane, que abordará o tema “Como alcançar a realização pessoal e profissional e ser uma mulher extraordinária em três passos”. As inscrições estão abertas no Sistema Integrado de Atividades Acadêmicas (SIGAA) para o público externo e no Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH) para servidores. No dia do treinamento, serão arrecadados lenços para doação a instituições de apoio a mulheres com câncer.

#zerodiscriminação

A Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor (DAS) da UFRN promove de 8 a 10 de março a campanha #zerodiscriminação, iniciativa global realizada pelo UNAIDS que busca promover o respeito ao próximo e aos direitos humanos. A programação do dia 8 acontece no Restaurante Universitário da UFRN, das 10h às 14h, com a distribuição de folders, vídeos e apresentação teatral com dados estatísticos sobre diversos tipos de preconceitos.
A Escola de Ciência e Tecnologia (ECT) recebe a campanha no dia 9, das 10h às 17h, com a participação do Núcleo de DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde. Já no dia 10 a iniciativa acontece no Centro de Convivência da UFRN, onde haverá apresentações do coral de usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-Oeste) e do grupo teatral da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SEMUL), além de ações promovidas pelo programa “Vida com Maturidade” da DAS.

Em todos os dias serão distribuídos preservativos ao público e a equipe de saúde realizará teste de glicemia, verificação de pressão arterial, orientação ao câncer de mama e nutricional. A campanha também contará diariamente com a participação da Associação dos Travestis Reencontrando a Vida (ONG Atrevida-RN), que passará informações de conscientização sobre o respeito à diversidade de gênero. “A meta é combater qualquer estigma que impeça o direito a uma vida plena, digna e produtiva independentemente de origem, orientação sexual, identidade de gênero, idade, sorologia para o HIV ou raça”, afirma a psicóloga da DAS, Maria Angélica Aires Gil.

Comitê “UFRN com Diversidade” foi instalado em junho de 2016 para propor ações de enfrentamento à violência de gênero que contribuam para a solidificação de uma cultura de respeito às diferenças na UFRN e na sociedade. Foto Cícero Oliveira

Cultura da paz

Para a coordenadora do Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, Gilvania Morais, as ações voltadas ao Dia da Mulher contemplam um objetivo maior de promover a paz no ambiente de trabalho e acadêmico, por meio do respeito e da tolerância às diferenças. Esse pensamento faz parte da política de gestão da UFRN, onde existem iniciativas permanentes que buscam quebrar paradigmas e promover a igualdade na comunidade universitária. Uma delas é o Comitê “UFRN com Diversidade”, instalado em junho de 2016 para propor ações transversais, interdisciplinares e intersetoriais de enfrentamento à violência de gênero e que contribuam para a solidificação de uma cultura de respeito às diferenças na UFRN e na sociedade.

O trabalho do grupo já rendeu, entre outras iniciativas, a realização no último mês de novembro do I Seminário UFRN com Diversidade, que apresentou o tema “O cotidiano feminino e seus enfrentamentos”. Presidente do comitê, a pró-reitora de Extensão Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes acredita que a transformação cultural é uma possibilidade concreta e, como consequência, será alcançada a sustentabilidade em sentido mais amplo, conforme as diretrizes do Plano de Desenvolvimento Institucional 2010-2019 da UFRN.

A reitora da instituição, Angela Maria Paiva Cruz, também defende que as iniciativas podem mudar pensamentos: “Os atos preconceituosos são reproduzidos entre as gerações, como herança de um contexto histórico. Buscamos desconstruir esses comportamentos a partir de atitudes formativas, inseridas em espaços educativos para alunos, professores e servidores da universidade”. O comitê é composto por representantes das Pró-Reitorias de Extensão (Proex), Graduação (Prograd) e Gestão de Pessoas (Progesp), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), dos professores da instituição e de dois grupos já constituídos: o Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Diversidade Sexual, Gênero e Direitos Humanos (Tirésias) e o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH).

Quebrando preconceitos

Em uma sociedade marcada pelo machismo, onde as mulheres já conquistaram avanços importantes em busca da igualdade de gênero, as barreiras do preconceito são ainda maiores para as transexuais, que enfrentam a negação social e em muitos casos só encontram a prostituição como meio de sobrevivência. Porém, existem exceções de vencedoras como Emilly Mel Fernandes de Souza, primeira aluna transexual do curso de Psicologia da UFRN, recém-formada e que já assume o posto de primeira transexual do mestrado no mesmo departamento. Ao ingressar na UFRN, em 2010, a estudante ainda não havia encontrado sua real identidade de gênero até integrar o Núcleo Tirésias, onde aprendeu o que era ser transexual e ali se descobriu.

Após fazer a transição de gênero, em 2013, ela foi expulsa de casa e acolhida pela então pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFRN, Janeusa Trindade Souto, que conseguiu uma vaga junto às outras mulheres da Residência Universitária. Com esse feito, a UFRN foi a primeira universidade brasileira a inserir uma mulher trans em sua residência feminina. “Sem essa moradia, eu provavelmente estaria na rua me prostituindo e não teria me formado. A entrada no ensino superior significou a expansão da minha vida, pois aqui encontrei garantia de direitos e cidadania”, declara.

Emilly Mel Fernandes de Souza foi a primeira aluna transexual do curso de Psicologia da UFRN, recém-formada, já assume o posto de primeira transexual do mestrado no mesmo departamento

Sua força e a postura em defesa dos direitos humanos levaram seus colegas de Psicologia a homenageá-la, batizando a turma com o nome da primeira mulher transexual do curso: “Cotidianamente vemos nome de travesti em matéria policial, jamais em homenagem. Quando isso acontece, geralmente ela está morta, até porque o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Portanto, ser homenageada em vida foi surpreendente e serve como representatividade para outras mulheres trans. Elas também podem se formar, do mesmo modo que eu consegui. Nós merecemos oportunidades, respeito, justiça e igualdade”.