Se a hipocrisia dos Fariseus nos tempos bíblicos chama atenção pelo enfrentamento com bom senso por parte e Cristo, o que dizer dessa que convivemos na atualidade. Panelas para o vírus da corrupção petista, no entanto uma letargia gigantesca para criticar as ações ridículas e pífias do governo Temer.
Mas existem vários tipos de hipocrisia no Brasil, e o que chama mais atenção é a invocação do nome de Deus no meio de tudo isso. Ao mesmo tempo que tantos jovens se aproximam de um caminho espiritual, outros talvez se afastem pelo cenário dantesco do uso dos nomes divinos para justificar aberrações sociais e a velha hipocrisia dos setores conservadores.
É nesse ponto de vista que lembramos das palavras do pastor Silas Malafaia, que elogiava Eduardo Cunha para combater Dilma Rousseff. Caíram os dois, mas Malafaia logo fez questão de se afastar do cadáver insepulto do mandato de Cunha.
Sobre a condução coercitiva do ex-presidente Lula, Malafaia comemorou e exaltou as instituições de fiscalização e do poder judiciário. No entanto, agiu bem diferente ao ser suspeito de ajudar em um sistema de lavagem de dinheiro da corrupção do departamento de mineração do Rio de Janeiro.
Os vídeos repletos de críticas à justiça e à Polícia Federal não tinham nenhuma semelhança com o Silas sereno e comemorativo das prisões petistas.
Desde a condução coercitiva de Lula, não se viu tantos festejos como na de Silas Malafaia, que com sua posição de paladino da verdade e opinião forte contra todos, coleciona uma vasta lista ou uma legião de desafetos. Um belo exemplo de que Política e Religião casam bem, exceto Politicagem baixa com Fanatismo Religioso.
Talvez. Talvez mesmo, só iremos sobreviver a tudo isso lembrando uma frase que é muito atribuída ao escritor francês Denis Diderot, mas tem origem nos livros de outro francês, o Jean Meslier. “O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”. Para as funções Rei e Padre adote aqueles que oprimem e destilam a hipocrisia.