O vereador João Victor conversou bastante com este jornalista nesta terça-feira (18), comentando os últimos fatos políticos da cidade. Sobre o tumulto na Câmara Municipal, João Victor lamentou os caminhos que tudo seguiu. “Eu tentei mediar a todo momento, busquei o diálogo com todos. Só não poderia ser contra o que eu penso, que a gestão do grupo Fernanda/Tomba é um fiasco para a cidade”, analisou.
“Eu tentei a todo momento evitar aquela situação, nem sempre concordei com as decisões dos colegas da oposição. Mas mantive minha palavra de apoio a tudo que o grupo precisou. Quem é oposição tem que se comportar como oposição. Não podemos aceitar as imposições que o grupo de Tomba tentou, através de seus aliados, colocar na Câmara e Prefeitura”, comentou João Victor.
O herdeiro da carreira de Josemar Bezerra fez questão de comentar sobre a rápida gestão de Gean Paraibano. “Indicamos apenas uma pessoa, que de nossa confiança foi colocada para fazer um trabalho pela cidade. Evitamos de ocupar outros espaços pois o momento era apenas a interinidade para colocar a cidade em funcionamento. Os secretários de Fernanda foram covardes em abandonar a cidade, como um prefeito recém-empossado e com uma equipe novata ia saber conduzir a cidade? Quando os prefeitos são eleitos, uma equipe tem de 60 a 80 dias de transição. Gean não teve essa oportunidade, isso ninguém pode falar o contrário”. O blog ainda questionou a sua participação na gestão Gean: “Eu articulei e procurei ajudar. Eu não poderia ver um colega de grupo em situação complicada e não ajudar. A cidade foi abandonada pelo grupo de Tomba, e eu com minha pouca experiência, mas boa intenção, fui ajudar a gestão e Santa Cruz”.
ELEIÇÃO SUPLEMENTAR
A oposição já deve ter discutido nomes para a eleição suplementar, e o blog aproveitou para saber se o grupo já se reuniu. “Nós conversamos e lhe digo, nunca vi tão fácil unificar todo o grupo em torno de um candidato só. Não existe desunião na oposição. Isso é invenção do grupo de Tomba que quer lançar mentiras para causar pânico nos eleitores da oposição”, avalia João Victor.
Quem seria o candidato? O vereador acha que o grupo precisa amadurecer e ouvir a população. “Uma pesquisa é uma opção, ouvir as bases, comunidades e os segmentos da sociedade. Não é possível lançar um candidato que não represente os anseios do povo”. Insistindo em um nome, o vereador respondeu: “Hoje existe um nome que vejo o mais seguro para essa eleição suplementar. Mas o grupo é quem deve decidir, não sou eu que vou escolher, é o grupo em consenso. Eu não pretendo ser candidato agora, quando nem ainda iniciei minha carreira política, não tenho uma marca que de fato consolide minha candidatura para o maior cargo do município”, finalizou.
OPOSIÇÃO
João Victor continua o legado do seu pai, Josemar Bezerra, e seria o vereador mais qualificado desse grupo de oposição. Nos pontos favoráveis a ele estão: Graduando do curso de Direito, experiência política dentro da família, maior articulação, vivência com vereadores veteranos e bom senso na condução do mandato.
Um fato importante a ser observado, é que João Victor não parece ser manobrado pelo seu pai, ex-vereador Josemar. Geralmente, não faz consultas ao pai, ou a qualquer assessor para tomar alguma decisão. Se mantém firme no discurso de oposição, mas com certa coerência. Perguntado sobre seu perfil mais equilibrado, o jovem vereador explica que alguém precisa ser racional. “Eu sempre observei que nos momentos de debate acalorado alguém deveria se manter calmo. Eu, por exemplo, aprendi apanhando na Câmara. Meus dois primeiros anos foi de verdadeiro aprendizado, Thiago Fonseca e Tarcísio Reinaldo foram de grande experiência, nos debates democráticos que fizemos dentro da Câmara. Foi apanhando que aprendi a melhorar minha atividade legislativa, e agora eu sigo cada vez mais aprofundando meus conhecimentos e como fazer um mandato melhor”.
Se ele se considera um líder da oposição, institucionalmente, com o mandato de vereador, o mesmo evitar a “nomeação” de liderança. “Eu não lidero grupo, nós somos oposição e juntos discutimos o que é melhor para o grupo. Nem pode prevalecer a vontade individual e nem podemos ficar omissos. Um grupo se decide junto. Acho que a oposição de Santa Cruz está amadurecendo e a cada dia vai conquistando mais espaços. O povo já entendeu que precisamos de mudança, e esse grupo está pronto para fazer essa mudança e chegar ao poder. Eu vejo que o grupo quer fazer um governo para o povo”, finalizou.
O vereador falou mais sobre suas idéias e pensamentos sobre o seu grupo. Não detalhou candidaturas ou reuniões da oposição. Apenas frisou todo tempo: “A oposição vai seguir unida”.