Enquanto os bispos se posicionam a favor dos trabalhadores, alguns empresários e aliados políticos de Temer já criticam a Igreja Católica pelas ações recentes. No Rio Grande do Norte, a província eclesiástica católica se uniu para apresentar à bancada potiguar sua indignação com a proposta da reforma da previdência, e isso gerou muito assunto na mídia local.
Nessas horas surgem os velhos comentários: “Lugar de padre é na Igreja”. Ora, o lugar da Igreja é na sociedade. A separação entre o Estado e a Igreja é justa, mas a Igreja não está separada da sociedade, e se ela se sente mobilizada a lutar pelos direitos dos trabalhadores, é seu dever fazer parte do movimento que tentar barrar as reformas do Estado brasileiro que tentam desmontar toda uma estrutura que trouxe cidadania para o povo, desde a Constituição Federal de 1988.
A Igreja não pode fazer politicagem, seja qual for a denominação religiosa. A posição com coerência e responsabilidade gera bons frutos, como aconteceu no final da Ditadura Militar, nos anos 1980, com a liderança de padres, bispos e cardeais católicos que marcaram seus nomes na história deste país.
Lugar de coerência é em qualquer lugar, inclusive na Igreja.