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Crise

FEMURN quer reunir prefeitos e bancada federal do RN

A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN vai promover, na próxima segunda-feira (23), um encontro entre os prefeitos municipais do RN com a bancada federal do Estado. O objetivo da reunião é pedir ajuda financeira aos municípios. O comunicado foi feito pelo Presidente da Federação, Benes Leocádio.

A reunião vai ocorrer na sede da FIERN (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte), a partir das 08h30. 120 prefeitos já confirmaram presença no encontro. Atualmente, 160 prefeituras do RN são filiadas à FEMURN.

De acordo com as prefeituras, a crise financeira enfrentada pelos municípios tem se agravado por conta do acúmulo de responsabilidades, da baixa arrecadação e do empobrecimento populacional.

O desafio do Brasil em 2017 é superar o ridículo

O italiano Humberto Eco tinha razão, e não me canso de repetir isso cada vez que faço o login no Facebook. “As redes sociais deram voz aos imbecis”. Essa máxima de Eco nunca foi tão atual diante do avalanche de postagens ridículas e depreciativas para a nossa sociedade. Não querendo dizer que “os modinhas” sejam os donos da verdade, longe de querer parecer com os “paladinos do impeachment” e da salvação imediata a partir de um único ato, mas quero suscitar uma debate pela lógico e o mais sensato.

Os principais diálogos estão em torno do primeiro-damismo de Marcela Temer e suas roupas, ou seu discurso (quando autorizado). Por que não ainda trazer o questionamento sobre o baixo rendimento dessa legislatura do Congresso Nacional? Nunca torcemos tanto para chegar uma nova eleição para o parlamento brasileiro. Por que perdemos tempo discutindo sobre a crença do outro, se podemos coexistir e respeitar o próximo? Isso não é um princípio cristão ou quase universal entre as religiões?

O desafio de nós brasileiros em 2017 é superar o ridículo. Sim! Superar os debates e ideias ridículas que estamos cotidianamente propondo. É preciso que parem de agir como crianças nessa eterna guerra situação versus oposição. Não vamos construir uma democracia com esse comportamento infantil.

Respeito à democracia é fundamental, pois em 2016 esquecemos totalmente isso ao ver o país mergulhar numa crise política. Não será uma intervenção militar ou de qualquer outra natureza que fará o país sair do brejo para onde a classe política jogou a nação. Só existe uma intervenção possível para a democracia, a intervenção do voto a cada mandato. Quem entrou e sujou, que limpe e saia.

Fica difícil acreditar em um futuro melhor com um clima de pragmatismo exagerado. Não vivemos tempos pragmáticos, vivemos tempos depressivos e de lamúrias virtuais. Em tempos da publicidade das decepções, se espelhar em autoestima é cada vez mais raro. Fiquemos atentos aos bons ventos, que ainda soprarem em algum canto deste mar tempestuoso.

Discurso de crise não combina com aumento de secretarias municipais

Uma gestão pode extinguir, modificar e reformular as secretarias, no entanto, aumentar a quantidade delas e de cargos comissionados é uma estratégia de início de muitos mandatos. Extinguir uma secretaria ou fazer a fusão de várias em uma só pode ser uma solução a curto prazo para diminuir despesas, mas criar mais cargos de segundo e terceiro escalão torna essa ação sem efeito.

Na região do Trairi, já tem prefeito propondo reforma administrativa, mas não passa de um velho hábito de causar boa impressão na população. Fiquem atentos aos portais da transparência, se estarão funcionando e quantos secretários e cargos de segundo e terceiro escalão foram nomeados, ou estão recebendo salários.

O discurso de crise não combina com atitudes hipócritas. Se é para cortar, que façam o corte.

Atenção prefeitos! Troquem a tesoura por uma boa equipe de contabilidade

Sabe qual o grande segredo (ou o mais ridículo) para um desastre administrativo em um município? Não saber onde investir os recursos. A Prefeitura Municipal é uma máquina muito simples do ponto de vista geral. Entra recursos (receita), mas também existe uma demanda de gastos (despesas). Equilibrar isso é fundamental. É matemática básica.

É muito comum observar prefeitos anunciarem grandes cortes financeiros, o que pode comprometer os serviços públicos, inclusive nesse momento em que as gestões precisam de contratações de pessoal. Muitas vezes a tesoura não é a melhor medida para um gestão.

Saber como gastar e onde gastar é fundamental. Para isso, uma boa equipe de contabilidade. Saber quanto tem disponível, quando pode melhorar a receita, incrementar estratégias para buscar recursos e atrair investimentos é um bom começo. Lógico, o momento é de queda das receitas, mas saber ou prevê esse sobe e desce dos números é muito mais importante que lamentar a crise.

Sabendo isso, o prefeito precisa planejar. Saber como gastar é o que faz a gestão ter fôlego para esse momento de resseção da economia brasileira. As prefeituras precisam fazer parcerias e buscar na união entre sociedade e poder público um meio para promover a cidadania e a boa gestão.

Enquanto os gestores se comportarem como reis absolutistas, não sairemos dessa ridícula situação de caos administrativo, como foi observado no quadriênio de 2013-2016. A maioria das prefeituras do Trairi viveram uma crise pela irresponsabilidade de seus gestores. Se transformaram em administradores de folha de pagamento, escravos da falta de controle do orçamento público e reféns dos compromissos politiqueiros.

Fica a esperança de que as novas gestões sejam comandadas por equipes que aprenderam com o desastre dos seus adversários, quando a grande maioria no Trairi irá assumir gestões mal avaliadas. Resultado de prefeitos que esperavam um “mar de rosas” e esqueceram do básico: administrar.

Parece sonho, mas isso é apenas o óbvio. Vamos acompanhar e fiscalizar.