A secretária municipal de Saúde de Santa Cruz, Myllena Bulhões, explicou ao Blog sobre os próximos passos da gestão diante da greve dos servidores municipais. Questionada sobre a falta de diálogo, a gestora da pasta esclareceu que estão sendo realizados levantamentos de impacto na folha e várias simulações da situação financeira.
“Em breve vamos ter os resultados, sentar e dialogar com a categoria”, declarou.
Sobre quando seria esse prazo, Myllena disse que esperava ainda para esta semana, mas que a Prefeitura não irá negligenciar a situação grevista.
O Blog conversou com o coordenador do Sindsaúde de Santa Cruz, o Sindicatos dos Servidores Públicos da Saúde Pública no Rio Grande do Norte, na regional Santa Cruz, o servidor Franklin Henrique. A greve em Santa Cruz já dura 15 dias e sem nenhum contato por parte da gestão municipal. O que foi relatado é alguns indícios de perseguição aos grevistas.
“Estamos com 15 dias de greve e até o momento nenhuma resposta da gestão. Pelo contrário, estão contratando novas pessoas para suprir a demanda dos grevistas. Hoje (07) vamos encaminhar um ofício solicitando um posicionamento e a instauração de uma mesa de negociação”, explicou Franklin.
Com a realização da leitura da mensagem anual da Prefeita na Câmara Municipal, os grevistas devem marcar presença para cobrar uma posição da gestoras. “Hoje vamos fazer uma manifestação na câmara de vereadores”, disse. Entre as ações da greve estão um ato em frente a Prefeitura na próxima quinta-feira (09).
Sobre as ameaças que alguns servidores grevistas estão sofrendo, a coordenação do sindicato informou que estão tentando impedir os servidores de assinar o ponto. “Algumas ameaças estão surgindo. Hoje proibiram os servidores de assinar o ponto, tentando intimidar outros que podem entrar em greve, além da contratação de novos funcionários para suprir a demanda da greve”, afirmou. Segundo o coordenador, ainda existe a possibilidade do CAPS aderir à greve, além dos motoristas. No entanto, muitos temem aderir. “Temos ainda muitos servidores com conchavos ou medo. Está difícil, mas os que permanecem estão fortes”, declarou.
A greve foi decidida em assembleia da categoria e cobra diversas perdas salariais que os servidores sofreram em 2016, além da defasagem do salário base, que ainda é com referência para 2015.
O Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte, SINDSAÚDE/RN, da Regional de Santa Cruz, deflagrou uma greve entre os servidores municipais. O início oficial ocorreu nesta terça-feira (21), mesmo após uma reunião pífia entre o poder público e os servidores nos momentos anteriores a deflagração do movimento grevista.
“A gestão municipal não se preocupa com a qualidade dos serviços ofertados a população, congelou o salário dos seus servidores efetivos “concursados”, prejudicando diretamente os trabalhadores e usuários. Congelou o salario Base, a gratificação por função, subsidiariamente prejudicou as demais vantagens que compõe a sua remuneração (Adicional noturno, Insalubridade e Adicional por tempo de serviço) Por diversas vezes tentamos entrar em acordo, mas o silêncio e a indiferença foram as únicas respostas que obtivemos. Sem diálogo, sem salário a única solução que nos resta é parar. Pedimos encarecidamente a população o apoio a nossa luta”, declarou o Sindicato através de uma nota, que também levanta o lema do movimento: “Sem Salario não há trabalho, chega de sofrimento, reajuste já!”
O coordenador-geral local, o servidor Franklin Henrique, em conversa com o Blog destacou o engajamento da greve, que conta com diversos profissionais. “Estão aderindo à greve vários profissionais da saúde. O debate foi iniciado em assembleia no dia 13. Antes disso, tentativas de reunião com a gestora municipal, ano passado enviamos 2 ofícios e nenhuma resposta. Esse ano mais dois ofícios foram enviados solicitando uma reunião e nenhuma resposta também”, explicou.
A situação de congelamento do salário é o que mais motiva os servidores, que ainda recebem em seu contracheque o salário base de 2015, valor bem inferior ao estabelecido por lei em 2016 e 2017. “Salario base congelado há dois anos, gratificação por função oito anos, péssimas condições de trabalho, além de ter cortado da população o atendimento domiciliar por falta de transporte para levar o servidor até a casa do usuário. Outro ponto foi o Plano de Cargos, Carreiras e Salários”, relata. Sobre este último, Franklin detalha que a Prefeitura já apresentou uma justificativa nada aceitável. “A Prefeitura informou que o município não tem condições nem mesmo de elaborar um PCCS, enquanto municípios como Coronel Ezequiel e outros da região já possuem”, complementa.
Entre os atos dos grevistas, nesta terça-feira acompanharam sessão ordinária da Câmara Municipal, na abertura dos trabalhos legislativos. Com sete vereadores governistas, o movimento espera cobrar um posicionamento dos parlamentares. Até o fechamento da matéria não obtivemos contato sobre a presença dos grevistas na Câmara Municipal.