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Opinião

OPINIÃO: Como será depois?!

COMO SERÁ O DEPOIS?!

Zé Cavalcanti, ex-deputado paraibano, conta em seu livro A Política e os Políticos, que um coronel do sertão, ao passar o comando de seus domínios para o filho, aconselhou:

– Meu rapaz, se queres ser bem-sucedido na política, cultiva estas duas verdades: a sinceridade e a sagacidade.

– O que é sinceridade, meu pai?

– É manter a palavra empenhada, custe o que custar.

– E o que é sagacidade?

– É nunca empenhar a palavra, custe o que custar.

O primeiro discurso da prefeita eleita Ana Fabrícia tinha tudo para ser um momento histórico em Santa Cruz. Depois de 24 anos sob o domínio de um mesmo grupo político, a cidade finalmente elegeu um novo nome, desafiando previsões e recusando imposições goela abaixo. A oportunidade de marcar uma nova era estava claro. Mas, ao contrário do esperado, esse discurso poderá ficar marcado não pela celebração de um novo começo, mas pela renúncia ao que foi prometido: “nunca prometemos resolver nada”.

“Nunca” e “nada” são palavras fortes demais. Eu não gosto de usá-las numa única frase. É perigoso. Ainda mais para um político. A falta de água não é um problema hipotético ou metafísico; é um drama real, que afeta cada família, cada morador. Foi a principal bandeira eleitoral. Agora, é claro que resolver a falta d’água em Santa Cruz não é fácil. Planejamento, recursos, articulação política — tudo isso demanda tempo e esforço.

Ainda há tempo para a prefeita eleita virar o jogo. Particularmente, acho que o nervosismo do momento com a empolgação da vitória contribuiu para essa frase. Há de se conceder a “licença política”. A população é resiliente, mas não ingênua. Reconhecer os desafios, admitir os limites e mostrar disposição para trabalhar, mesmo que os resultados não sejam imediatos, conduz para o bom caminho.

A lição do deputado paraibano Zé Cavalcanti em tempos de internet é ainda mais perspicaz. Não dá para negar o que foi dito. Está tudo gravado. Os “cortes” da internet, memes e as redes sociais eternizam o que fora dito. Fica a lição: o sucesso na política é manter a palavra empenhada, mas o mais importante é ter a sagacidade de não a empenhar.

À nova prefeita, boa sorte !!!!

Ao povo, um feliz 2025

Alyson Alves de Lima – Advogado.

Mestre em Direito Constitucional.

OPINIÃO: Em Política, não existe irmão caçula!

Em quase todas as famílias, sempre existe a figura do irmão (ou da irmã) caçula. Não precisa, nem mesmo, ser o mais jovem, mas é sempre o mais inconsequente, aquele que nunca chegou à maturidade e, por isso mesmo a ele se dá, desde pequeno, indulgência plenária. O “caçula” pode tudo. Ele é tratado como inimputável, tanto pelos pais como pelos demais filhos. O “caçula”, por dever de ofício, tem que ser “simpático”, característica sem a qual é impossível se exercer a “malandragem” dom que lhe é típico. 

Por que faço tais considerações? Porque na política ninguém é inimputável, existe consequências para tudo, mesmo para os simpáticos caçulas. 

Acho que é a primeira vez, ou pelo menos a mais impactante, que se vê a oposição Santacruzensedesconfiada do que, ou quem, realmente é oposição. Ou se alguma vez houve oposicionista. Diferentemente, a situação sabe quem é situação, ou quem não é tão oposição assim. Já houve situação que virou oposição e depois voltou para a situação. Mais recentemente houve a “adesão” de uma das figuras mais conhecidas e opositoras, durante muito tempo, ao “Tombismo”. … 

Ela tem toda razão de desconfiar! 

Em entrevista ao Podcast do jornalista RubensLemos, Tomba demonstra como é ser oposição. E isso lhe traz credibilidade e respeito até daqueles a quem faz oposição. Todo político aponta para a importância de ser um bom oposicionista, isso carrega dois fatores chaves: fazer uma oposição com conhecimento e fazer uma oposição com responsabilidade.

Isso Tomba mostrou que sabe. Teceu com detalhes de conhecimento e responsabilidade o porque de sua oposição ao governo Fátima. A política até aceita a mudança de posição de um oposicionista, mas jamais lhe dar a confiança legítima. A adesão a situação de uma oposição tão “tradicional” sem dúvida fortalece o grupo da situação, mas pode esvaziar em discurso e projeto o passado, o presente e o futuro daquele que mudou de posição abruptamente.

Mas uma coisa a oposição deveria aprender com Tomba: ter posição e manter-se nelas.

 

Alyson Alves de Lima – Advogado. 

Mestre em Direito Constitucional.