Do G1 Brasília
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) pediu desculpas nesta terça-feira (21) por uma declaração que deu no dia anterior ao jornal “O Estado de S. Paulo” na qual usou a expressão “suruba” para se referir a propostas de restringir o foro privilegiado para políticos.
“Se acabar o foro, é todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba. Não é uma suruba selecionada”, declarou o senador ao repórter.
Na semana passada, o ministro do STF Luís Roberto Barroso decidiu levar para o plenário do STF uma proposta para restringir o foro. Ele defende a criação de uma vara judicial específica para autoridades públicas. A proposta tem o apoio de outros ministros.
Nesta terça, Romero Jucá disse apoiar a proposta do ministro e defendeu que o foro privilegiado não seja empregado em questões como a de violência doméstica, por exemplo.
“Eu disse que apoiava a discussão proposta pelo ministro Barroso e pelo ministro Fachin. Acho que o foro privilegiado tem que ser discutido realmente. Não tem sentido o foro privilegiado servir para algumas coisas, por exemplo, um parlamentar que bate em uma mulher. Isso não tem que ser discutido no Supremo, não é foro privilegiado”, justificou.
Jucá afirmou que, na fala sobre a “suruba”, não deu uma “declaração oficial” – disse que estava “brincando” com o jornalista enquanto se dirigia ao gabinete.
“Nós fomos até o gabinete e fomos brincando. Em um determinado momento, ele [o repórter] levantou uma situação, uma hipótese e eu disse: ‘Assim não dá, assim vira a música dos Mamonas Assassinas, a questão da suruba portuguesa’. Falei brincando, e ele infelizmente tomou isso como uma declaração oficial, que não é verdade”, declarou.
No refrão de “Vira-vira”, a letra da música do grupo Mamonas Assassinas diz: “Roda-roda vira, solta a roda e vem; Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda; E ainda não comi ninguém”.