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Silas Malafaia

PF monitorou reações à condução coercitiva de Malafaia

Da Coluna do20 Estadão

A PF monitorou as redes sociais para acompanhar a reação ao mandado contra o pastor Silas Malafaia. A maioria apoiou. Malafaia foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Operação Timóteo por ser suspeito de apoiar lavagem do dinheiro de esquema de corrupção no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

A hipocrisia Malafaia

Se a hipocrisia dos Fariseus nos tempos bíblicos chama atenção pelo enfrentamento com bom senso por parte e Cristo, o que dizer dessa que convivemos na atualidade. Panelas para o vírus da corrupção petista, no entanto uma letargia gigantesca para criticar as ações ridículas e pífias do governo Temer.

Mas existem vários tipos de hipocrisia no Brasil, e o que chama mais atenção é a invocação do nome de Deus no meio de tudo isso. Ao mesmo tempo que tantos jovens se aproximam de um caminho espiritual, outros talvez se afastem pelo cenário dantesco do uso dos nomes divinos para justificar aberrações sociais e a velha hipocrisia dos setores conservadores.

É nesse ponto de vista que lembramos das palavras do pastor Silas Malafaia, que elogiava Eduardo Cunha para combater Dilma Rousseff. Caíram os dois, mas Malafaia logo fez questão de se afastar do cadáver insepulto do mandato de Cunha.

Sobre a condução coercitiva do ex-presidente Lula, Malafaia comemorou e exaltou as instituições de fiscalização e do poder judiciário. No entanto, agiu bem diferente ao ser suspeito de ajudar em um sistema de lavagem de dinheiro da corrupção do departamento de mineração do Rio de Janeiro.

Os vídeos repletos de críticas à justiça e à Polícia Federal não tinham nenhuma semelhança com o Silas sereno e comemorativo das prisões petistas.

Desde a condução coercitiva de Lula, não se viu tantos festejos como na de Silas Malafaia, que com sua posição de paladino da verdade e opinião forte contra todos, coleciona uma vasta lista ou uma legião de desafetos. Um belo exemplo de que Política e Religião casam bem, exceto Politicagem baixa com Fanatismo Religioso.

Talvez. Talvez mesmo, só iremos sobreviver a tudo isso lembrando uma frase que é muito atribuída ao escritor francês Denis Diderot, mas tem origem nos livros de outro francês, o Jean Meslier. “O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”. Para as funções Rei e Padre adote aqueles que oprimem e destilam a hipocrisia.

Malafaia dizia aos fiéis que sua igreja enfrentava grave crise financeira

Por Ricardo Feltrin

Suspeito de envolvimento em um milionário escândalo de fraude e lavagem de dinheiro, levado coercitivamente pela PF nesta sexta-feira, o pastor Silas Malafaia passou os últimos meses se queixando da falta de dinheiro.

Malafaia esteve atolado em renegociações de dívidas da igreja, enfrentou uma queda brutal nas vendas de seus livros e de sua editora, além de uma tal redução nas colaborações (dízimos) que ele já via ameaçada a continuidade de sua congregação.

Pelo menos é isso que esse milionário empresário e pregador , citado pela “Forbes” em 2013, dizia ao seu círculo mais próximo dentro da congregação Vitória em Cristo, igreja que ele comanda e que conta com cerca de 10 mil membros (a igreja diz que são 13 mil).

Segundo Malafaia, por causa da crise financeira que o Brasil vem atravessando nos últimos tempos, estava faltando dinheiro para pagar aluguéis, fornecedores e muito menos o caro horário que alugava na RedeTV!.

As igrejas, dizia, estavam sendo muito afetadas pelo desemprego e pela falta de esperança dos brasileiros (como esta coluna antecipou em março).

O atraso no pagamento chegou a fazê-lo perder temporariamente o programa na RedeTV, retomado após renegociação

Em crise, o pastor iniciou uma campanha para arrecadar mais fundos junto aos fiéis. “Ajude a espalhar a nossa palavra”, bradava ao público, insistindo por doações para manter a custosa “televangelização” (ele também tem um horário dominical na Band).

Não é possível vaticinar se a coerção da PF desta sexta (16) terá algum efeito sobre a congregação para a qual Malafaia prega.

Em outros escândalos envolvendo missionários brasileiros –como o casal Hernandes, da Renascer, ou o apóstolo Valdemiro da Mundial–, os fiéis até estremeceram, mas não desapareceram após as denúncias.

Na abertura de sua apresentação na internet, Malafaia explica professoralmente que:

“os princípios e os valores éticos, morais e espirituais da Igreja de Cristo são a sustentação para um ministério atuante em segmentos fundamentais para a divulgação do evangelho, como as áreas televisiva, editorial e fonográfica.”

Para quem tem tal discurso, cabe agora ao senhor Malafaia se explicar não só com a PF (ou com Deus). Vai ter de se explicar para a Receita Federal.

Caso Malafaia abre debate sobre transparência nas Igrejas

A Bíblia não caiu do céu, nem muito menos o dinheiro que abastece os cofres das muitas igrejas e segmentos religiosos mundo afora. Explicar a origem desses recursos para os fiéis não é um questionamento muito simples em mundo envolvido por centenas – ou até milhares – de dogmas seculares. A fé das pessoas transborda o invisível nesse caso, se materializa em papel moeda, altas cifras e em alguns casos escândalos de corrupção que até Deus duvida. Será?

A hipocrisia de Silas Malafaia, um dos líderes religiosos mais polêmicos do Brasil, em sua condução coercitiva deixou muitos de alma lavada. Claro, petistas e esquerdistas comemoraram a queda da imagem de homem super honesto e paladino da verdade. Imagem essa que Silas sempre fez questão de construir e assumir nas suas pregações e modo de se expressar nas redes sociais. Lembremos da condução coercitiva do ex-presidente Lula ou do impeachment de Dilma Rousseff. Silas foi um dos entusiastas da crise política atual, sim, foi um dos grandes apoiadores do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (conhecido como caranguejo na planilha das propinas da Odebrecht), do PMDB do Rio de Janeiro. Silas acumulou um ódio mortal para a esquerda brasileira e fazia oposição com veemência.

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Silas Malafaia em protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pedindo o impeachment de Dilma Rousseff. Foto Reprodução/Internet

Ventilou no twitter tantas declarações que foram contestadas na manhã desta sexta-feira, 16 de dezembro, mas que poderia ser um Sexta-Feira 13. A condução coercitiva e a acusação de envolvimento em um esquema de corrupção o colocou diante da opinião pública da mesma forma que ele disseca os políticos a quem faz forte oposição. Silas experimentou o que escreveu o evangelista Mateus no capítulo 7 e versículo 5: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu irmão”. Nas palavras mais atuais do mundo globalizado: “pimenta no dos outros é refresco”.

Qual a origem do dinheiro que Malafaia citou? Serviria ele e sua obra cristã como uma lavanderia de recursos públicos? Só a investigação responderá à demanda polêmica do Caso Malafaia, que abre outra discussão: A transparência de recursos nas Igrejas. Onde vai parar o dinheiro do seu dízimo? Caberia implantar portais da transparência para Igrejas?

Há quem diga que não se pode acabar com imunidade tributária para igrejas é um ato perverso, outros acham justo. Esse critério foi abordado em consulta pública no portal e-Cidadania do Senado, quando 79 mil votos foram de apoio pelo fim da imunidade e quase 4 mil contrários. Para a maioria das pessoas, a imunidade tributária favorece os constantes escândalos financeiros que envolvem as igrejas.

Nesse mesmo pensamento, existe quem acredite que a transparência dos recursos seria o bastante, sem precisar acabar com a imunidade tributária. A exigência de prestação de contas e outras obrigações, além do acompanhamento dos gastos online, via portal da transparência, colocaria em xeque os esquemas de lavagem de dinheiro e caixa 2 ao qual líderes religiosos submetem as igrejas.

É preciso agir como cidadão de bom senso e um indivíduo de uma sociedade que merece respostas, pois, afinal, se o serviço é par Deus e de bom grado para a humanidade, com a melhor das intenções, não há problemas em mostrar transparência. É preciso ser questionador, para depois não ter que agir como Cristo e ter que expulsar os exploradores da casa do Pai.

Oremos!

Silas Malafaia é levado pela Polícia Federal na Operação Timóteo

Do Correio Brasiliense

O pastor Silas Malafaia é um dos alvos da Operação Timóteo, que investiga fraudes no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O juiz substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, Ricardo Augusto Soares Leite, ordenou que ele fosse conduzido coercitivamente nesta sexta-feira (16/12) pela Polícia Federal para ser isolado e, caso queira, prestar um depoimento, apurou o Correio. Malafaia usou um vídeo no YouTube para se denfender (veja abaixo).

O jornal também apurou que o diretor de Procedimentos Arrecadatórios do DNPM, Marco Antônio Valadares Moreira, é um dos principais alvos. Suspeito de receber R$ 7 milhões em propinas, a evolução patrimonial dele foi considerada aparentemente incompatível com os rendimentos. Ele é alvo de mandado de prisão temporária, assim como sua esposa.

A PF afirma que “uma liderança religiosa” recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. “A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este líder religioso pode ter ‘emprestado’ contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores”, afirma comunicado da corporação.

O esquema envolve corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. A ação mobiliza 300 policiais federais e acontece em 11 estados e no Distrito Federal, com buscas e apreensões em 52 endereços relacionados à organização criminosa. Há 29 ordens de condução coercitiva, 4 de prisão preventiva, 12 de detenção temporária, além de outras para sequestrar 3 imóveis e bloquear valores depositados em bancos que podem alcançar R$ 70 milhões. Os agentes e delegados estão em Brasília, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

No vídeo postado na internet, o pastor diz que declara no imposto de renda tudo o que recebe. “É uma tentativa para me desmoralizar na opinião pública”, afirma. Assita:

Áudio Publicado

Vídeo publicado na rede social