A cada fase do Governo Temer, muitos segmentos sociais observam a queda dos direitos conquistados ao longo de décadas. Uma delas começou inclusive no governo dos tucanos, com grande reconhecimento internacional, que se trada do combate ao trabalho escravo no Brasil. Uma portaria do Ministério do Trabalho mudou tudo isso e retirou a autonomia dos auditores, um setor técnico, para determinar fiscalizações e punições.
A análise dessa questão é meramente política, quando a segunda denúncia contra o presidente Temer chega ao Congresso Nacional. Para especialistas, a medida atende a pressão da bancada ruralista, que teme entrar na “lista suja” do Ministério do Trabalho, que tem nomes de empregadores autuados pela prática de crime de escravidão. Agora as regras mudam, quem é o titular do Ministério do Trabalho decide pela divulgação ou não.
A portaria ainda estabelece que a escravidão só será reconhecida caso haja restrição de liberdade do trabalhador, o que muda as regras convencionadas há mais de uma década, reconhecendo não só a jornada exaustiva, as condições do ambiente de trabalho, além das dívidas e situações semelhantes ao trabalho escravo. Os auditores só poderão realizar inspeções com policiamento e lavrar boletim de ocorrência.
A burocratização dessa trabalho dificulta a fiscalização e coloca o combate ao trabalho escravo em uma situação vulnerável, favorecendo aqueles que praticam esse crime, em pleno século XXI.