Se em 2022, as eleições gerais foram marcadas pelas pautas de costumes, esquerda versus direita e o debate se o Brasil iria virar uma Venezuela, não sei o que dizer de 2024. São as eleições das “trends”, todo mundo copiando todo mundo, e muito “blá blá blá” em rede social. As eleições municipais deste ano, até agora, são marcadas por um enorme esvaziamento de propostas, com muitos candidatos sem conhecer o plano de governo. Eu arrisco dizer que alguns não saberiam dizer mais do que cinco propostas de um provável ou futuro governo.
“Muita mídia e pouco futebol”, como dizem nos gramados. Atualizando para o marketing político atual, ou a modinha do momento, “muita mídia e pouca proposta”. É preciso ter muito cuidado, porque talvez até seja um candidato bom, no entanto se for um futuro prefeito(a) ruim, apenas preparado para as tendências do marketing, serão quatro anos de sofrimento e muita dancinha no Tik Tok. Literalmente, o povo é quem vai “dançar”.
Nada contra as trends, mas o candidato essencialmente tem que ter proposta. Eu sei, a nova geração gosta de algo inovador, “descolado” e muito instagramável, mas o futuro gestor precisa funcionar, precisa governar. Não é Tik Tok que vai analisar uma peça orçamentária com cuidado, ou preparar uma licitação importante. No final de tudo, é preciso competência e preparo técnico, além de uma boa equipe para o município caminhar em passos harmônicos.
O seu candidato já entregou a você o seu plano de governo? O que ele pretende fazer pela sua cidade? As propostas dele são viáveis ou são fantasias de Alice no País das Maravilhas? Ele tem condições de implementar o que propõem ou você só confia por que está empolgado com a campanha acirrada?
E dentro do mundo das propostas de governo ainda existe outro capítulo importante: o que ele está propondo? Não adianta propor construir uma ponte ligando a Terra até a Lua. É muito “massa” e inovador, mas é possível na realidade local do seu município? As propostas são viáveis ou parecem ilusões para ganhar a eleição? Cuidado com o golpe do “emprego para todos”, pois até as “tetas da prefeitura” tem limites.
São perguntas óbvias, claras e minimamente inteligentes até para o animal menos irracional do planeta.
Cuidado para não cair no “golpe do filtro” das redes sociais, que esconde o verdadeiro candidato. Ele pode ser bom na mídia, mas tem que ser bom e mais quesitos. Se você errar agora, só em 2028 vai tentar corrigir essa falha. Talvez seja muito caro para o seu município.