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Humberto Hermenegildo lança romance Rastejo dia 20

Texto de Sheyla Azevedo

O professor doutor em literatura, Humberto Hermenegildo, mais recente imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL), vai lançar seu primeiro romance na próxima semana, dia 20 de abril, na própria ANL, a partir das 18h30. Rastejo é o nome do livro, editado pelo Caravela Selo Cultural e caracteriza-se como a história de um bancário, contada em primeira pessoa, na interação com pelo menos três personagens marcantes: o avô paterno, o pai e a mãe do narrador.

A prosa de Hermenegildo, que já escreveu antes diversos livros acadêmicos e de poesia, demonstra um trabalho de minúcia e de extrema intimidade com a língua, costumes sertanejos (suas raízes, já que ele é de Acari, radicado em Natal desde 1972) e domínio da narrativa. Somos, notadamente, uma região em que brotam mais poetas. Sobre esse fenômeno, o escritor e professor aposentado da UFRN, do Departamento de Letras, explica: “Esse (Rastejo) é um trabalho distinto daquele da linguagem de poesia, que é mais sintético, em princípio, por não comportar expansões mais apropriadas ao enredo do mundo narrado, alargado nas margens”. Mas, o livro de poemas Argueirinha, vencedor de um prêmio literário da Editora da Universidade de Goiás, que deverá ser lançado também em breve, segundo ele, contém as mesmas questões apresentadas em Rastejo. Só que contada de forma diferente, mais condensada. “São gêneros diferentes, mas não há uma hierarquia entre eles, no sentido valorativo”, opina.

Rastejo é um livro maturado, curtido pelo autor durante mais de 15 anos. Para se ter uma ideia, ele ganhou uma menção honrosa em 2000, no Concurso Literário Câmara Cascudo, da Fundação Capitania das Artes, da Prefeitura de Natal. Mas, de lá para cá, pelo menos 90% do livro foi modificado.

Imortal
Hermenegildo ocupou recentemente a cadeira número 2 da Academia Norte-rio-grandense de Letras, cuja patronesse é Nísia Floresta. Sobre essa conquista, o autor de Rastejo, diz que para ele, uma das grandes responsabilidades de ser “imortal” – inicialmente apenas uma circunstância social – é transmitir um discurso literário para as próximas gerações: “Por exemplo, ser imortal é ter o sonho que Rastejo repercuta no sentido de alimentar a produção de outras narrativas, de outros autores e que a voz do seu narrador seja ouvida daqui a cem ou duzentos anos”.

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