Uma forte onda de infecções por coronavírus impulsionadas pela variante ômicron pode acelerar o fim das turbulências pandêmicas, pois aparentemente causa doenças menos graves e fornece uma proteção contra a cepa delta, disseram pesquisadores da África do Sul.
Um estudo científico que usou amostras de 23 pessoas infectadas com a variante ômicron em novembro e dezembro mostrou que, enquanto indivíduos que pegaram a variante delta podem contrair a ômicron, aqueles que foram infectados pela ômicron não podem pegar a delta, segundo os pesquisadores.
Embora a ômicron seja significativamente mais infecciosa do que a delta, dados hospitalares e de mortalidade em países como a África do Sul — o primeiro país a experimentar uma onda de infecções pela ômicron — indicam que a variante causa doenças menos graves. O estudo mostra que a ômicron pode tomar o lugar da delta, disseram pesquisadores liderados por Alex Sigal, do Instituto de Pesquisa em Saúde da África.
“As implicações de tal mudança depende se a ômicron é realmente menos patogênica que a delta”, disseram os pesquisadores. “Se assim for, a incidência de doença grave por Covid-19 seria reduzida e a infecção pode se tornar menos perturbadora para os indivíduos e a sociedade”.
Na África do Sul, as mortes durante a onda de ômicron atingiram o pico em cerca de 15% da taxa observada durante o surto impulsionado pela delta, enquanto as hospitalizações atingiram um pico de 60% do que na onda delta, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis.
Dos 23 participantes, 14 foram internados no hospital, mas apenas um precisou de oxigênio suplementar, disseram os pesquisadores. Dez foram vacinados, seja com vacinas produzidas pela Pfizer ou Johnson & Johnson, mas ainda foram infectados pela ômicron.
A ômicron também foi testada contra 18 amostras colhidas de 14 pessoas previamente infectadas com a delta e mostrou “grande escape” de anticorpos, segundo os pesquisadores.
Fonte: exame.com