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Patrimônio Imaterial Histórico Cultural e Turístico do RN

Coral de Santa Rita é reconhecido pela Assembleia do RN como Patrimônio Cultural, Histórico e Religioso Imaterial

Por proposição do deputado Tomba Farias, o Coral de Santa Rita de Cássia agora é oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural, Histórico e Religioso Imaterial do Estado do Rio Grande do Norte. Embora não seja possível precisar a data exata de sua fundação, a tradição oral indica que o Coral remonta ao início do século XX. Na década de 1950, sob o paroquiato do Monsenhor Emerson Deodato de Negreiros, o grupo já se destacava nas festividades religiosas.

Registros históricos evidenciam a participação do maestro Felinto Lúcio Dantas e de suas filhas, que se dedicavam a ensinar as harmonias do repertório aos coralistas. Felinto é o autor da composição da Sétima Novena — peça tradicional e imutável do repertório do Coral — e foi sucedido por nomes como o professor Francisco de Assis Dias Ribeiro, Dona Joabel Damasceno de Oliveira, José Deusdedit de Araújo, maestro Camilo Henrique Dantas Soares e, atualmente, José Sueney de Lima.

Com mais de um século de existência, o Coral de Santa Rita enriquece as celebrações litúrgicas com seu canto, sendo parte essencial da identidade religiosa local. O hino de Santa Rita de Cássia tem letra de Luiz Patriota e melodia do Tenente José Gomes.

O deputado Tomba Farias destacou o valor histórico do Coral e da Festa de Santa Rita, reconhecida como uma das maiores celebrações religiosas do estado. “É com muita emoção que entrego esta honraria e reconhecimento ao Coral, que embeleza as novenas. Nossa cidade é conhecida em tantos lugares pela devoção a Santa Rita — um povo que recorre à sua intercessão para superar tantos momentos difíceis”, afirmou o parlamentar.

O pároco, Padre Vicente Fernandes, ressaltou que este reconhecimento fortalece o jubileu dos 200 anos, quando a cidade celebra a data marcante do início da devoção a Santa Rita, a partir da construção da primeira capela. “Vivemos muitos jubileus neste ano: 15 anos da inauguração do Santuário, 190 anos da Paróquia, 200 anos de devoção a Santa Rita, 1.700 anos do Credo Niceno-Constantinopolitano, e o nosso Jubileu da Esperança — o Jubileu de 2025 da nossa Igreja Católica. Santa Cruz se insere em um contexto de datas tão especiais, fortalecendo ainda mais este polo de fé e peregrinação que temos em nossa cidade”, destacou o sacerdote.

Os festejos de Santa Rita de Cássia seguem até esta quinta-feira, 22 de maio — dia solene da padroeira de Santa Cruz — com celebrações ao longo de todo o dia. Os principais momentos incluem a Missa Solene às 9h, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom João Santos Cardoso; a Missa da Coroa, às 12h; e, às 15h, a Missa dos Peregrinos, seguida da tradicional Procissão da Imagem de Santa Rita pelas ruas da cidade, encerrando a 200ª Festa de Santa Rita.

Comissão da AL aprova Festival de Martins e Festa do Boi como Patrimônio Imaterial do RN

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou duas matérias que tornam o Festival Gastronômico de Martins e a Festa do Boi em Patrimônio Imaterial, Histórico, Cultural e Turístico do Estado. As matérias foram propostas, respectivamente, pelos deputados Ezequiel Ferreira (PSDB) e Taveira Júnior (União).

“Martins é um município de grande importância para o Estado, está em uma região serrana com forte potencial turístico e o Festival reúne milhares de turistas devido justamente as características climáticas do município. É um evento de todo o Estado”, disse a deputada estadual Divaneide Basílio (PT) sobre o projeto relacionado a Martins. Divaneide foi a relatora das duas matérias.

Sobre a Festa do Boi, a parlamentar ressaltou que o evento já está consolidado no calendário potiguar, e conta com a participação de centenas de expositores, além de comerciantes que ganham sua renda extra nos dias da festa. “Tem importância social e cultural”, completou.

O colegiado também aprovou matéria proposta pela deputada Eudiane Macedo (PV), que dispõe sobre a reserva de vagas de emprego para travestis e transexuais nas empresas privadas que recebem incentivos fiscais ou tenham convênio com órgãos do Estado. Já de autoria da deputada Isolda Dantas, foi aprovado o reconhecimento do “Palácio Cultural Acadêmico Milton Marques de Medeiros” como Patrimônio Cultural e Histórico do RN.

Apresentados pelo deputado Kleber Rodrigues (PSDB), ganhou aval da Comissão, primeiro, a proposta que institui a política estadual de linguagem simples nos órgãos da administração direta e indireta do RN. Depois, o projeto que assegura às pessoas com deficiência visual o direito de receber de fornecedores de produtos, serviços e das instituições financeiras estaduais, a pedido, os contratos de adesão e demais documentos essenciais para a relação de consumo, com a utilização do sistema braille. Por último, ainda de Kleber, a matéria que estabelece princípios e diretrizes para ações de detecção de violência doméstica contra crianças e adolescentes.

De proposição do líder do Governo, deputado Francisco do PT, a Comissão aprovou a inclusão no calendário oficial o Dia Estadual das Torcidas Organizadas.

Por iniciativa de Divaneide, foram aprovadas outras 3 matérias. A primeira institui a Semana Estadual de Enfrentamento a LGBTQIA+Fobia, e a segunda cria a Semana da África no calendário potiguar. A terceira estabelece a obrigatoriedade das escolas da Rede Estadual a trabalharem com os alunos a temática dos povos originários.

Na sequência, os parlamentares aprovaram por unanimidade o projeto do deputado Neilton Diógenes (PL), que considera como Patrimônio Imaterial e Cultura do Estado a iguaria “filó”, tradicional do município de Apodi.

A última proposta analisada pela Comissão foi rejeitada por 3 votos a 2. A iniciativa, de autoria do deputado Coronel Azevedo (PL), reconhecia o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de arma de fogo ao profissional de segurança privada. A relatora, deputada Isolda Dantas (PT), apresentou parecer contrário sob a justificativa que não cabe ao Parlamento estadual legislar sobre o direito penal, mas sim à União.

Também foram aprovadas 13 proposições para a concessão de títulos honoríficos de Cidadão Norte-Rio-Grandense.