O que decidiu o TRF 4? Lula pode ser candidato a Presidente?
O Portal G1 elencou argumentos dos desembargadores e do advogado do ex-presidente Lula, confira:
- Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento triplex no Guarujá;
- a propina foi oriunda de um esquema de corrupção na Petrobras;
- o dinheiro saiu de uma conta da OAS que abastecia o PT em troca de favorecimento da empresa em contratos na Petrobras;
- embora não tenha havido transferência formal para Lula, o imóvel foi reservado para ele, o que configura tentativa de ocultar o patrimônio (lavagem de dinheiro);
- embora possa não ter havido “ato de ofício”, na forma de contrapartida à empresa, somente a aceitação da promessa de receber vantagem indevida mediante o poder de conceder o benefício à empreiteira já configura corrupção;
- os fatos investigados na Operação Lava Jato revelam práticas de compra de apoio político de partidos idênticas às do escândalo do mensalão;
- o juiz Sérgio Moro – cuja imparcialidade é contestada pela defesa – era apto para julgar o caso.
A defesa do ex-presidente nega as acusações:
- diz que ele não é dono do apartamento;
- que não há provas de que dinheiro obtido pela OAS em contratos com a Petrobras foi usado no apartamento;
- que, de acordo com essa tese, Moro, responsável pela Lava Jato, não poderia ter julgado o caso;
- que o juiz age de forma parcial;
- que Lula é alvo de perseguição política.
O que acontece após o julgamento:
- Lula não será preso de imediato; eventual prisão só depois de esgotados os recursos ao tribunal;
- Defesa pode recorrer ao STJ e ao STF para tentar reverter condenação, a depender do último voto no TRF-4;
- PT poderá registrar candidatura de Lula a presidente;
- candidatura poderá ser mantida enquanto houver recursos pendentes contra a condenação;
- TSE é que decidirá se ele ficará inelegível.
O processo tem origem no Ministério Público Federal, dentro da operação Lava Jato, quando o ex-presidente teria recebido suposta vantagem no valor de R$ 2,2 milhões, com favorecimento da empresa OAS dentro de contratos da Petrobras. Uma dessas vantagens é o famoso apartamento tríplex no Guarujá, no litoral paulista.